Lua Cheia!!

A voz reconfortante de Spark enfim se manifesta. Parecia ouvir parte de uma conversa:
"... Gente demais."

"Problemas. O bastão se ativou de novo."

Passos voltavam da porta-secreta encontrada por Aiolos, andavam pelo cômodo, e saíam pela porta, voltando ao quarto ao lado. Pés ligeiros que pararam momentaneamente ao lado da cama da garota, e dali os rastros somem.

Forjado para uma batalha muito específica, Gurag vê seu artífice, um velho ferreiro, trabalhar desde o ferro bruto até as chapas refinadas e reforçadas que compunham este Escudo Grande de Metal +3. Entregue a um grande cavaleiro em sua armadura de batalhas, ele é testemunha de uma batalha campal na borda da Estrada do Rei, entre Suzail e Arabel. Mas a luta principal reunia dois generais, no comando de seus exércitos, LUTANDO por seus exércitos na antiga tradição dos Cavaleiros.
De um lado, o estandarte verde com o rosto do Lobo-branco.
Do outro, o escudo branco com o brasão imortalizado do Dragão-Púrpura.

O escudo foi criado para uma luta específica, contra um adversário lendário e poderoso. E a luta que se segue é tensa, pois ambos os generais eram incrivelmente habilidosos.
Gurag vê a perícia do Monarca. O próprio Rei Azoun IV era o inimigo. E depois de uma luta intensa, que pareceu ter durado uma eternidade, o cavaleiro-lobo foi derrotado, fugindo para o meio de seu exército e levado para dentro de Arabel, onde se escondeu no palácio da cidade.

Depois de um longo período de Escuridão (o escudo permaneceu guardado), ele veio à luz na vila, transportado por diplomatas e entregue aos cuidados de uma família local.
Ao fundo, Gurag vê não o casarão em que estavam, mas um palacete, morada-reserva de um verdadeiro monarca.

Pendurada num salão cerimonial, você vê o caminhar dos anos, a casa ruir, seus servos desaparecendo, até que de várias restava apenas uma família, entre as pessoas, a garota adormecida no quarto ao lado, protegida pelo lobo negro. O pequeno palacete foi desmantelado na construção de outras casas, deixando pra trás uma casa despedaçada e incompleta, que aos poucos foi sendo reparada.
O escudo foi novamente envolvido e guardado, até ser pego por mãos desajeitadas, e arrastado para longe, onde foi recuperado por vocês.

De idade recente, passou por tantas mãos levianas que sus impressões eram poucas. Serviu de estandarte, marco-de-família e, enfim, moeda entre ladrões, até que caiu nas mãos de um artífice que escondeu num compartimento em seu núcleo um pedaço de cristal que emanava energia. Era como as moedas de cristal de Sigil, que poderiam servir a um mago, ou a um psiônico.