Uma conversa inusitada - Maera e Ballasar

Enquanto arrumas as coisas junto de Maera, começo a me relembrar e imaginar de onde ela havia tirado aquela arma!
Mas já percebendo que a moça estava um pouco acuada e depois de tanto sofrimento nada que uma conversa informal para conhecê-la melhor e descobrir seus segredos!
Inusitadamente e olhando para Maera e sem parar de fazer suas conferências e analisando o meu equipamento!
- Então mocinha, me responda uma coisa que ficou batendo na minha cabeça escamada!
Agora sim parando e olhando com olhar de dúvida!
- Você não estava armada quando conversávamos, de onde tirou aquele machadinho? Sabe como eh aquilo lá eh perigoso!
- Aaaaaahhhhh... E também estou como visita não sei onde podemos encontrar um ferreiro e suprimentos!

Já abrindo um sorriso sem jeito para a menina!

Maera deixa sua mochila aberta, e olha para Ballasar, ele era estranho, a chamar de mocinha? Ela que já tinha lutado em defesa de sua terra, visto morte e destruição demais para seu poucos anos de vida, com um inicio de sorriso responde:

-Isso é segredo, dando uma piscada, estou acostumada com o machado, esse que viu pertenceu ao meu irmão Jonas, por isso é um pouco grande, ele tem quase o seu tamanho.
Se é também um convidado vamos descobrir isso juntos.
Na minha terra, as mocinhas não são tão indefesas.
Maera pega sua máscara na mochila, e a limpa com um tecido, ela fica pensativa por alguns momentos, e continua:

-O Senhor foi bem gentil comigo, mostrando uma pulseira de prata com berloques diversos( Uma adaga, um chicote, uma besta, uma espada, um sorriso)meu machado veio daqui, meu pai a fez como presente para minha Dajemma.

Ela deixa Ballasar estudar a pulseira.


Nota:A imagem da máscara está no meu histórico.

Olhando a pulseira com curiosidade, estudando-a e analisando seu funcionamento!
- E como funciona essa pulserinha da guerra?
Abrindo um longo sorriso.
- Além disso, já ouvi você falar várias vezes desta tal Dajemma, o que eh isso? Algum tipo de ritual de passagem para a vida adulta?

Seu interesse na história da garota era claro e sua atenção estava focada nela!

-Dajemma é nosso jeito de conhecer o mundo, nosso povo vive e morre em Rashemen, lá vida é dura e a ameaça dos malditos Magos Vermelhos é uma sombra sempre presente.
Nessa jornada travamos conhecimento com o resto do continente, seus costumes, seus povos, alguns vão bem longe, outros preferem ficar por perto.
Todo rapaz que faz 18 anos, sai em Dajemma, já para as mulheres não é obrigatório, vai quem tem o comichão da estrada, eu sofro desse mal, gosto de viajar, de conhecer coisas novas.
Pois quando voltar pra minha terra, tenho um longo caminho pela frente, sou uma Ethran, uma aprendiz de bruxa, minha mãe é uma, as Hathran ou Bruxas Rashemi como são chamadas fora da nossa terra, são as defensoras da terra e do povo Rashemi.
É uma grande honra se tornar uma, mais também uma caminho difícil e as vezes solitário.

Maera vira de costa para a mesa, e está olhando o rapaz, ela soltou a pulseira, para que ele possa examinar melhor.

Enquanto olhava a pulseira que ela havia soltado, e ouvindo sua história e que seu futuro já foi traçado!
- Mais isso é muito interessante, então vocês mulheres Rashemi são protetoras,  agora entendo um pouco o que passa em sua mente!
Percebendo que ela limpeza a mascara e parecia um item de muito apresso para ela e um pouco sem jeito!
- E essa mascara é algum tipo de símbolo para vocês? Afinal como pude reparar seu corpo é coberto por símbolos!

Pensando um pouco e já com um olhar alegre ao poder conhecer melhor sua nova amiga!
- Em meu mundo seres como nós com algumas habilidades diferentes somos conhecidos como bruxos, ou nas tribos Xamãs, então fui criado num pequeno vilarejo e lá meu "pai" (fazendo as aspas com os dedos) era chefe da milícia local, quando meu corpo e minhas habilidades começaram a se desenvolver o alvoroço tomou conta do ambiente, com isso, fui levado até um antigo xamã que começou a me treinar!

A fala era em tom nostálgico.
- Lá já haviam mais dois Leon o elfo das facas e que ainda não tomou jeito e Sigfried o paladino mandão e militar! Mas lá treinamos e nos desenvolvemos, acabei perdendo muito de nossa cultural, pois como éramos vistos de maneira negativa, ficamos reclusos vários anos!

Parando para respirar e continuando!
- Mas o que aconteceu com os seus irmãos, também foram capturados pelos Orcs?

-São marcas de cada ano que passei aprendendo com as Hathran, e sim a máscara não só um símbolo, ela também é uma proteção, a minha ainda é de uma aprendiz, quando passar nos últimos testes do meu aprendizado, terei uma forjada especialmente para mim.Uma Bruxa Rashemi sempre usa sua máscara nas batalhas e fora de Rashemen, olhar o rosto de uma delas sem autorização, pode ser a morte.
Meus irmão estão bem, bom pelo menos estavam quando sai de casa, alguns meses atrás, eles não seriam presas fáceis para orcs, eu fui descuidada e inocente em acreditar em certas pessoas, que acabei nas mãos daqueles monstros.

Seu rosto fica tenso com as lembranças, e ela muda de assunto:

-Seria melhor ir me busca dos outros, afinal precisamos botar o pé na estrada.

Maera segue com Ballasar para o salão.
Sentia o esforço do rapaz em ser educado e tentar fazer com que se sinta aceita naquele estranho grupo, era uma boa sensação a idéia de ter feito um amigo.
Um sorriso de satisfação ilumina o rosto dela.