Introdução - Barduk!!

A estrada do norte, que ligava Cormyr às Fendas de Tilverton, na entrada das Montanhas da Tempestade, sempre foi uma região conturbada. Mesmo as mais guarnecidas caravanas hesitavam cruzá-la sem necessidade, ou um forte contingente de apoio. Pois sabia-se que, apesar de ser lar de muitos clãs de anões do escudo, eram ainda lar de feras sanguinárias, orcs e goblinóides.

Oin lhe contava as histórias de seu povo, das guerras e das campanhas contra estas raças. E bem lá no fundo, seu coração inflamava. Não sabeia se era uma lembrança esquecida tentando voltar, ou simplesmente o fervor de seu coração de guerreiro. Mas algo dentro de você se enchia de coragem sempre que pensava em cruzar com uma destas bestas.
Depois da guerra, as estradas ficaram ainda mais perigosas, pois além de saqueadores goblinóides, os ladrões das estradas se enxiam de coragem, sabendo que as pessoas viajavam com medo e, geralmente, pouco preparadas.

Mas onde viajam dois anões, o perigo sempre haverá de desviar-se para longe. Pois a teimosia de sua raça só é superada por sua habilidade em combate. Por isto, depois de deixar as mulheres, e alguns aldeões resgatados de acampamentos pelas montanhas, em segurança num entreposto a meio caminho do Castelo Craig, Oin segue ao seu lado rumo às terras dos homens.

Logo, além das planícies que se seguiam às terras rochosas dos Picos do Trovão, já conseguiam ver ao longe a imponência dos muros de Arabel. Altas muralhas de pedra assentada. "Trabalho amador", aos olhos de qualquer anão. Mas um marco para a engenharia humana, tendo resistido a séculos de guerras e contendas. Exceto por seu paredão-norte, sendo reconstruído após a última frente de combate ter retomado a cidade e expulsado os goblinóides de volta para as montanhas.

Oin contava, a cada parada, um pouco das histórias da guerra, de como os goblinóides se aliaram a um terrível Dragão Vermelho para tentar tomar o reino... e ainda assim, fracassaram. mas a um alto preço para as pessoas locais.
Vocês entravam pelo portão norte, e a cidade ainda exibia marcas dos festivais, tendas sendo desmontadas (algumas ainda persistindo em manter-se abertas), decorações por toda parte, as flores já amareladas e um verdadeiro exército de limpadores recolhendo os restos do festival.

*AO ver as muralhas e o trabalho humano Barduk começa imaginar como elas aguentaram tanto tempo, não era pra menos que uma delas havia desabado na grande guerra. Dragões, criaturas detestáveis''

-E como estão as coisas hoje aqui? vejo que ainda haviam festividades pela vitória no campo de batalha.

Seu pai olha ao redor, enquanto retira do bolso um velho cachimbo de barro, preenchendo-o com boa arva e acendendo em seguida com um pequeno bastonete, que apaga na bota e torna a guardar na bolsa.
Em seguida, responde:
- Feridas demais, meu rapaz. Como em toda guerra. A desconfiança prevalece, o medo nos olhares... e a mácula de não ser mais um reino invencível. Uma pena que tantas mortes foram necessárias para ensinar-lhes esta valiosa lição. NINGUÉM é invencível.

Ele falava, enquanto caminhava pelas ruas, saudando passantes com um leve aceno de cabeça.

*Barduk andava pelas ruas imaginando o que tinha lhe acontecido para perder a memória, sentia-se em casa caminhando por ali, ao mesmo tempo que parecia nunca ter andado naquelas terras*
''que sentimento é este que me leva a Arabel? qual será minha missão por aqui?''

-pelos deuses. O que será que Moradin me reserva? *ele fala baixo enquanto continua caminhando e observando*

-de alguma forma me sinto ligado a esta Cidade, sinto que tenho deveres a serem cumpridos por aqui, minha jornada vai ser longa. Fico feliz por você ter vindo junto pai, dois machados são sempre melhores do que um.

Já era tarde, e a fome começava a castigá-los, quando seus olfatos são atraídos pelo inconfundível cheiro de javali assado, vindo de um sobrado.
A esta altura, já haviam cruzado muitas ruas, passando por tendas festivas, muitas sendo desmontadas. Muitos artistas de rua começavam seus espetáculos, malabaristas, palhaços, "mágicos"... todos ávidos por atenção, e algumas moedas para passar a noite.

Tudo ali lhe chamava a atenção.
Tudo era novo, e não sabia bem ao certo o que esperar.

*Ao sentir o cheiro da comida, Barduk leva as mãos a barriga e sorri*
-estou exausto e faminto, poderia comer um javali destes até os ossos. hahaha
*a risada não lhe caía bem, conseguia ficar ainda mais feio do que des costume*

-Então? vamos matar o que está nos matando?

Para a mesma direção, outras pessoas convergiam, encontrando as portas abertas de um grande galpão convidativo, onde o frio premente da noite dava lugar a um calor aconchegante.
Logo na entrada, uma larga lareira dava as boas vindas aos seus "convidados", um cheiro de ervas queimava junto á lenha, perfumando o ambiente.

Seu pai diz, em tom jocoso:
- Matar quem nos mata? Por que eu quebraria meu valioso cachimbo? Hahahaha!!

Batendo-o no batente da porta, ele já ia entrando, ao lado de outras pessoas que buscavam abrigo da noite, que se anunciava fria.
Dentro do salão, na verdade um só cômodo de alto "pé-direito" (pra quem não sabe, é o termo que se usa para determinar a altura do piso ao teto de uma construção), várias pequenas bancadas espalhadas e desordenadas abrigavam um grande número de pessoas, de homens feitos a jovens, de vestes refinadas a simples camponeses que aparentavam ser.
Ao todo, mais de 30 pessoas se espalhavam pelo lugar.

Ao entrar e passar pela lareira, deixando um pouco do desconforto para fora, vê ao lado direito do ambiente um longo balcão, onde mais pessoas comiam e bebiam em pé, conversando entre si e com alguns atendentes, enquanto algumas mulheres, com jarros e canecos, caminhavam pelo lugar servindo as mesas.

*rindo alto com o bom humor de seu pai*
-encontre uma mesa pra nós, ou buscar algo pra comer e beber, esta noite vai ser longa.

*Barduk, vai em direção ao balcão. Ao se aproximar diminui o passo e fica perto de algumas pessoas buscando ouvir algo de anormal, segredos, ou qualquer coisa que lhe pudesse dar uma luz do que buscar na Cidade. O anão mantem seus olhos e ouvidos atentos a sua volta. Pra não dar muita bandeira, trata de pedir cerveja e uma boa comida para si e seu pai, apontando a mesa onde ele se sentou*

<off> quase cego <off>

<off> Ops quase surdo, me confundiiii...hahah<off>

A conversa e algazarra pelo lugar eram incômodas, dificultando sequer ouvir aqueles à sua volta.
Enquanto Oin segue em direção a uma mesa vaga no fundo do salão, uma moça muito simpática porém de olhar ferino, para do outro lado do balcão, dizendo:
- Deise-me adivinhar: Cerveja, e o melhor javali dessas redondezas. Acertei?

*Barduk a olha de cima a baixo (ao menos até onde o balcão lhe permite ver) e volta seu olhar para a atendente*
-Se eu não fosse um Anão diria que leu meus pensamentos senhorita.
*apontando o dedo para a cabeça enquanto fala. Ali dentro estava agradável e o anão estava se sentindo bem, talvez a comida lhe tenha deixado de bom humor*
-Estou sentado com aquele velho anão naquela mesa, se puder nos servir eu agradeço. Pois se não fosse esse barulho a única coisa que se ouviria neste lugar é meu estômago reclamando. hahaha *levando as duas mãos a barriga e rindo alto com uma careta bizarra*

-a propósito quanto lhe devo? e sem querer abusar de sua bondade senhorita, há algum lugar nesta Cidade que este anão gordo e cansado e seu velho pai podem passar a noite?

A mulher diz, com um sorriso:
- Pela comida, apenas 2 moedas de prata. Sobre estadia, recomendo uma ótima estalagem logo ao atravessar a rua. Sempre indicamos nossos viajantes para lá. E sobre ser gordo, está bem longe disso, meu amigo robusto.

Ela diz, fazendo um leve afago em sua bochecha, deixando-o arrepiado.

''acho que vou ter carne fresca no jantar, a meses não sei o que ter uma bela companhia na cama''
-assim você me deixa encabulado senhorita, mas agradeço o elogio.
*Ao sentir a mão da atendente em sua bochecha o anão fecha os olhos e vira o rosto levemente para sentir o cheiro de sua pele*
-você tem mãos de fada senhorita. A propóstito me chamo Barduk e você?
*retirando 4 PP de um pequeno saco amarrada a sua cintura e entregando a moça*

Sorrindo, a mulher guarda as moedas (separando as 2 "extras"), dando-lhe 2 canecas de cerveja-vermelha e dizendo:
- Pois deixe que a sua velha amiga Hynna lhes servirá o melhor javali que já provaram, meu amigo barbado.

Ela dá uma piscada de olho, virando-se em direção ao que parecia ser uma cozinha.

*sem entender, Barduk pega as canecas e dá um sorriso sem graça a mulher e volta para a mesa junto de Oin. Senta-se em uma cadeira empurrando uma das canecas a ele enquanto levnta a sua e dá uma golada, deixando escorrer um pouco de cerveja na barba. Barduk limpa a barba com a parte de cima do punho e devolve a caneca a mesa*
-acho que a garçonete me conhece de vidas passadas, se é que me entende. Aqui está uma chance de descobrir quem eu sou de verdade.