Lyon d'Ethrandir: Livro de Músicas e Partituras.

Uma pesada capa de couro marrom encobre o grosso caderno de anotações, preso por uma fita de desma cor. as páginas, já começando a amarelar, são um mistério a ser ainda desvendado, escrito aos poucos por Lyon. Em sua capa as seguintes inscrições, em uma letra floreada em um vermelho-escuro:

Caderno de Canções
Onde as Notas entoadas pela vida se tornam um Ode ao desejo de vivê-la.

A melodia começa desacompanhada de voz, apenas um som calmo e agudo, como um pequeno lamúrio representa o erguer das noites calmas. Depois de poucos segundos, a voz do Bardo começa a acompanhar a música enquanto esta ainda se mantém baixa:

--Senhores, esta história que vos conto tomou lugar em uma floresta muito além desta, uma floresta que talvez nenhum de nós aqui conheça, onde as brumas vão altas e a quietude se mantém perene.

E ao terminar da pequena fala, o Bardo sopra profundamente ar pelo nariz, fazendo com que o pano de sua roupa e seu cabelo alcem-se levemente, este som é entretanto, coberto pelo som do Violino, que agora mantém sustenida uma única nota.

--Venho falar de honras que se encontraram e de espadas que se chocaram.

E então a música preenche todo o ambiente, tornando-se um incrível crescendo a representar o choque de ideais em questão. O corpo do bardo se move ao ritmo da melodia, seus cabelos balançando como se o vento realmente os fizesse esvoaçar. Sua voz cresce, ameaçadora como o Urro de um Urso, anunciando a batalha que se travava na melodia.

--E O SANGUE DERRAMADO ENTRE AS TERRAS CUMPRIA SEU PREÇO, AS ÁRVORES CHORANDO ENQUANTO A INFINDÁVEL BATALHA TOMAVA CONTA DO LOCAL!!!

Então os pés do bardo começam a bater no chão, enquanto ele começa a batucar ritmicamente a madeira do arco do violino na estrutura do violino, sua voz ainda se fazendo ouvir em ecos.

--E A LUTA INFINDÁVEL FAZIA PRESENÇA, E O SANGUE DERRAMADO ENTRE AS TERRAS CUMPRIA SEU PREÇO...

Então o Bardo realiza um Col Legno, tocando apenas uma breve nota do violino com a parte de madeira do arco, fazendo um som semelhante a um baixo, deixando sua voz ecoar sozinha e suave, quase como um sussurro.

--e nós todos presenciamos esta luta onde a emoção vence a razão e o forte pondera o fraco como um item... Esta luta ocorre dentro de nós.

E agora a melodia do violino corre sozinha, transformando-se em um longo Crescendo e definhando com um minuendo extremamente leve e rápido.

Tempo de Lutar [Réquiem a Waterdeep]

Esta canção se formou sobre as cinzas de uma Waterdeep destruída pela ganância do senhor tirando, Bane, por um coração ensanguentado e uma alma chorosa, ao ver os Esplendores da Cidade se desfazerem em fuligem.

[para referência, o ritmo é esse: https://www.youtube.com/watch?v=LeI03Xn-clc&feature=related ]

"Os gritos dos homens ergueram-se aos céus
E deus nenhum os ouviu
Agora levantem-se, às armas, irmãos
O tempo é de lutar...

Levantem-se, filhos dos homens
Não é hora de se calar
Se ainda houverem espadas com brio
O tempo é de lutar...

Se a sombra os assusta, o tempo é de luz
Deixem o medo calar.
Se os deuses nos fazem joelhos tombar
O tempo é de lutar...

Levantem-se, filhos dos homens
Não é hora de se calar
Se ainda houverem espadas com brio
O tempo é de lutar...

Calaram-se os deuses, se ergam, heróis
Que a sombra já vem pairar
Não deixe que calem as vozes bravias
O tempo é de lutar...

Levantem-se, filhos dos homens
Não é hora de se calar
Se ainda houverem espadas com brio
O tempo é de lutar..."