Solo - Aiolos!!

Depois de olhar através da moeda, Aiolos vê algo assustador. Todos estavam mortos, e ele era o único em pé. Mas estava muddo. Tinha um brilho poderoso ao seu redor, como se sua aura fosse palpável.
Em suas mãos havia um feixe de luz, que se estendia até o céu. E ao olhar ao seu redor, haviam outros assim. Outros celestiais espalhados pelas montanhas, guardando posição.

Mas o que estariam guardando?
O que estariam protegendo?

Ao se lembrar do encontro com outra celestial, quando todo o grupo dormia, e ela caminhava livremente entre todos sem ser notada, decide tentar buscar pistas. Mas aquele lugar era muito distante de onde estavam, e significava abandonar os outros, ao menos por enquanto, em busca de pistas.

Então, engolindo a dor, abre as asas e voa ara longe, levando qualquer receio ou perigo que rondasse sua existência abençoada.

Voando a toda velocidade, logo ganha os céus, mas o frio era intenso, mesmo para alguém com sua resistência.
Não demora a alcançar o lugar, uma imensa clareira nas colinas, ainda marcada pelo enorme acampamento dos descuidados homens de Breth.
Ali foi onde a viu antes. E se tivesse sorte, poderia tentar chamá-la.

Aiolos aterriza no local e ali começo me concentrando em meu interior para esvaziar minha mente e tentar ampliar meus sentidos para então, mentalizar na luz e no nome Misty, pois havia naquele nome havia força e eu precisa encontrar respostas para as dúvidas que surgiam em meu coração.

O silêncio das montanhas era interrompido apenas pelo assoviar do vento que as cortava.
Além das pesadas nuvens que formavam um "teto" sobre as colinas, anunciando uma tempestade a qualquer momento, Aiolos sabe que precisará de abrigo.
E agora, longe dos outros, e sem condições d continuar, a dor nas asas volta com força total.

Algo brilha dentro da caverna.

Extremamente esgotado Aiolos caminha até a caverna e entra cuidadosamente, pois sabia que se fosse atacado estaria em grande desvantagem por suas atuais condições físicas.

Em tom baixo Aiolos diz na entrada da caverna: - Alguém aqui!

Um silêncio quase mortal o recebe.
A sensação de vazio toma conta do coração do paladino, mergulhando-o numa tristeza desoladora.

Aiolos não podia perder suas esperanças e adentra na caverna aguçando sua visão para conseguir enxergar seu interior. Entrava sem armas em punho e já em seu interior senta bem no seu centro para evitar encostar suas asas já machucadas. Puxa seu simbolo sagrado e inicia suas preces à Torm para que eu pudesse ter as respostas à qual precisa encontrar para ajudar aquele grupo que parecia tão desorientado e com um fim terrível.

Aiolos se entrega a meditação, mas logo sua paz é perturbada.
Ao abrir os olhos, um calafrio. Tem mais alguém na gruta.

Sentado do lado oposto, na mesma posição, estava um homem de túnica vermelha e olhos amarelos, olhando fixamente para o paladino.
Não era preciso se concentrar. A aura maligna que o rodeava imediatamente faz o estômago do anjo revirar.

Aiolos levanta de sopetão e recua até a entrada da caverna já levando a mão em sua espada...

O homem permanece no mesmo lugar, e diz:
- Acalme as penas, pombinho. Desta vez eu só vim conversar.

- Da mesma forma como não arranco sua cabeça por sua aura boazinha, e vendo seus pedaços no mercado-negro.

- Esta certo!

Aiolos mantêm sua espada na mão e volta até o local onde havia sentado e tenta manter a calma.

- Então sobre o que quer conversar comigo?

Ele sorri, num silêncio sombrio, e diz:
- Você deve ser o chifre da direita.

- O que está dizendo homem? Chifre da direita?

Aiolos parecia confuso...

O homem sorri, dizendo:
- Então, os céus mandam um de seus guerreiros sagrados às montanhas de Ilneval e não lhe dizem o que buscar. Isto é quase... SABOROSO.

Seu olhar era sádico, e parecia se deleitar por seu desconhecimento.
Por fim, ele diz:
- Uma mão é feita de no mínimo CINCO dedos. Mas vocês, aventureiros inexperientes, insistem em apontá-los em direções opostas. Um tapa dado com um só dedo vai quebrá-lo sem nos ferir. Mas um murro apoiado pelos cinco, este sim pode vir a nos machucar. Mas acho que estou fora de perigo. Vocês, tolos e ignorantes, não parecem prontos a me ameaçar.

O homem se levanta e desaparece, mas sua sombra não.
Ela cresce, tornando-se cada vez maior, cada vez mais sólida, engolindo toda a caverna.

Aiolos ao ver aquela sombra crescer se levanta e segue em direção a saída... Tinha muito no que pensar e um inimigo vindo ao seu encontro para falar sobre nossos erros é algo totalmente inusitado para ele...

Só agora achei a figura que eu queria:



Aiolos dispara rumo à entrada da caverna, bem a tempo de ver todo seu interior ser consumido pela escuridão daquela sombra tenebrosa.
No instante seguinte, ao voltar a olhar para dentro, não havia mais anda ali. Mesmo seu coração não tinha mais aquele peso, como se a maldade do lugar tivesse se dissipado.

Do lado de fora, Aiolos encontra duas pessoas.



Um homem forte vestindo um peitoral dourado, que tinha no meio ornadas marcas de garras que lhe rasgariam o tronco se fossem reais. Componto, um capuz de viagens vermelha-viva, com as pontas rasgadas, cobrindo roupas de clima frio. Usava um elmo ao estilo dos homens de Breth, todo arranhado como se tivesse entrado em batalha recentemente, e tinha nas costas, além da mochila, uma espada longa embainhada. Podia ver um leve brilho prateado querendo escapar pelo punho da arma.



Ao lado dele, um rosto conhecido. Misty, primeiro séria, depois com um sorriso caloroso que imediatamente o acalma e passa uma serenidade sem igual. Ela estava envolta numa leve aura azulada, e olhá-la era como olhar para a própria Lua.

Aiolos sente um alivio enorme em ver Misty e seu semblante de dor, cansaço, medo e outros tantos sentimentos se esvaiem com sua presença.

- Senhorita é ótimo reencontra-lá novamente, estive procurando-a para conseguir resposta para me ajudar, mas o que encontrei foi algo muito perigoso e maligno.

Depois me volto ao homem e estendo-lhe a mão dizendo: - Sou Aiolos, paladino de Torm e é um prazer conhecer um amigo da senhorita.

Retribuindo com um aperto de mão forte, o homem diz:
- É um prazer, irmão. Sou Tarenus, de Tempus. Sentimos o mal deste lugar se esvair, e agora sabemos a razão. Vamos entrar, pois uma tempestade se aproxima. Não há tempo para mais passos esta noite.

Ele entra sem hesitação. Aiolos sente a poderosa aura de paladino emanar do homem, superando apenas a força extra-planar de Misty, cuja aura parecia ter se recuperado completamente.
Ao passar por você, ela se aproxima e lhe dá um beijo no rosto.
Aiolos sente o peso das pernas desaparecer, os joelhos quase viram geléia.
Por um breve instante, nada mais existia.
Nada mais importava.

Quando a sensação retorna ao corpo, estava sozinho na entrada da caverna.
Os outros dois já haviam entrado.

Ao longe, o retumbar de um trovão.
O céu estava completamente negro.

Aiolos saboreia por mais alguns instantes aquele doce beijo em seu rosto e ao olhar os trovões e relâmpagos se lembra do xamã e seus poderosos golpes contra si... Entro na caverna e me aproximo deles...

- Senhorita vim lhe procurar, pois Gurag me deu uma moeda e ao olha-lá tive uma visão terrivel e precisava de seu auxilio para poder entender esta visão e saber o que posso fazer para ajudar esse grupo cheio de rachaduras.

Obs: Contei para Misty e Tarenus toda a visão e até a conversa com o homem de manto vermelho.

Tarenus sorri, e diz:
- Então ele esteve mesmo aqui. Os povos das montanhas estão a meses relatando visões de um homem de manto vermelho e olhos amarelos, ou de fogo, sendo visto feito um fantasma próximo às vilas. Mas desde que os goblinóides destas terras começaram a se levantar e atacar s vilas, as visões diminuíram bastante. Como um presságio. Onde ele é visto, há um ataque, eles dizem.

Misty diz,em tom de reprovação:
- As moedas de Sigil são perigosas. Elas podem mostrar caminhos ou enlouquecer as pessoas. Ver à frente de seu tempo pode ser um caminho ou uma escolha. Você sabe que é considerado uma aberração até mesmo pelos seres que lhe deram a vida. Você é uma afronta. Uma encarnação da Luz divina sem propósito algum. Sem comandos, metas ou hierarquias. A única forma de se redimir perante eles é juntar-se a uma Legião. Mas fazendo isto, estará sujeito às mesmas regras que os outros, e logo vai perder seu lado humano.

Tarenus diz, com curiosidade:
- Interessante! A única forma de ser visto como amigo é matando quem você é. Algo curioso vindo de seres que deveriam proteger a vida, e não condená-la.

Tarenus diz, sério:
- Você não entendeu. Se tornar-se parte de uma Hóstia, não saberá questionar. Obediência cega é um dogma inquestionável, e muitos cleros deste mundo são também assim, sobretudo os mais perversos. Você segue ordens sem se dar conta de estar sendo comandado. Infelizmente, alguns paladinos são também assim, mascarando seu fanatismo na vontade dos Deuses.

Misty intervém, sua voz mais suave e calorosa:
- Infelizmente, a natureza humana é dúbia. Tem anjo e demônio dentro de si, lutando pra se revelar ao mundo e aos outros. O que determina qual vai aflorar são as escolhas. Você pode escolher ser um santo. Mas dentro de você ainda haverá um demônio lutando pra se mostrar. Você não vai entender sua natureza sem voltar às suas origens. E não vai encontrá-las no campo de batalha de uma guerra que não compreende. Vai precisar de tempo, e de guias para isso.

O fogo, criado magicamente pela garota, crepitava, uma panela com alguma carne e batatas trazidas pelo paladino tomavam o ambiente, lembrando a Aiolos de quanto tempo não provava uma boa refeição.

Tarenus, que cutucava a carne com uma adaga, diz:
- lenda dos Chifres é antiga nestas montanhas. Há quem diga serem apenas uma metáfora. Mas viajantes alegam já ter visto de tudo. Desde demônios e grandes guerreiros lutando nestas terras. Se procurar, encontrará dezenas de explicações para a história. Mas você vem dos céus, mesmo que por herança. Então será sempre associado ás histórias do Chifre Direito, o Correto. Este ser que você descreveu, seja ele um mago, um demônio, ou o diabo que for, pode ser associado ao conto como o Chifre Esquerdo. Mas em nenhum momento ele foi descrito como hostil, ou mostrado como tendo atacado ou ferido alguém, senão com suas palavras. Então, pelo que lhe contamos, quem é mais perigoso? Um Anjo em devoção ao seu dever, ou m Demônio tentando se esconder entre os homens?

- Estou começando a compreender o que estão dizendo, mas Misty se preciso voltar até minhas origens para me compreender como posso faze-lo e Tarenus, não conheço a Lenda dos Chifres. Na verdade ouvi bem pouca coisa...

Aiolos muda totalmente de assunto ao sentir o cheiro da comida: - Esse cheirinho esta delicioso... Faz tempo que não como algo tão saboroso...

Tarenus ri baixinho, servindo um pouco de comida num pode de barro e esticando para Aiolos, junto de um pedaço de pão.
Depois repete a operação para a garota, que a recebe com igual apetite. E por fim, ele se serve da própria panela, usando o pão como "colher".

Depois da pausa, ele diz, compartilhando um cantil cheio de vinho:
- A lenda é uma história mítica. Diz que estas montanhas são os restos mortais de um antigo deus derrotado em batalha. E que em seu lado direito surgiram seres do bem, guerreiros campeões e insuperáveis; e de seu lado esquerdo brotaram demônios perversos que se espalharam por estas terras. E que até os dia de hoje lutam entre si, um tentando destruir o outro. Uma velha lenda para retratar a eterna luta entre o bem e o mal. Mas há supersticiosos que vêem sinais em tudo. Acham que o Dragão que quase tomou Cormyr seria um demônio do chifre esquerdo, enquanto o Rei, que morreu para derrotá-lo, seria um campeão do chifre direito.

Uma pesada chuva tem início, transformando a entrada da caverna, que se inclinava para baixo conforme entrava, numa imensa poça de lama.