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Lenarian Meliamne - "Aksanda Tamaraviee": História

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Mensagem  Convidad Sáb Mar 05, 2011 11:36 am

"Phelarandir amin aflegeet am". Pela Casa d'Elfos, minhas flechas advém de outrora. Sou eu emissário das matas, guardião da Casa dos Elfos, protetor dos tesouros da terra e dos filhos de Corellon. Sou eu Arakhorn [Trad: Aquele que guarda as matas, nome dado aos Patrulheiros dos Elfos] do Caercilcarn [Trad: Conselho das Matas. O Conselho dos Elfos]. Entre meu povo, chamam-me Aksanda Tamaraviee, o Junco do Outono, pois sou o mais jovem dos patrulheiros, e aquele que surgiu durante o outono dos elfos. Pois a Casa dos Elfos sabe que a aurora de seu tempo foi enegrecida e que a primavera de sua raça já não é. A Casa dos Elfos percebe que um grande inverno se aproxima, onde seja talvez a primavera dos humanos. Era um fato lamentável, mas não menos verdadeiro. Chamaram-me Junco porque, bem como o junco, mesmo sob todas as adversidades, firmei raiz. Chamaram-me junco pois, assim como o junco, mesmo tendo raiz me permito dançar ao sabor do vento, agindo como for melhor para a terra de onde venho.

Nasci sob o signo que poderia ser conhecido como mau-presságio, pois sou um nato do Cinnaelos'Cor, o Dia da Paz de Corellon [Shieldmeet], e isso normalmente é sinal de que algo terrível se reserva para a vida daquele que se encontra nestas condições. Deram-me o nome de Lenarian Meliamne, e corajosos foram meus pais a me criarem. Meu pai, líder dos Arakhrons da Floresta Alta, chamava-se Nyvorlas Meliamne, e foi conhecido em seu tempo por ser um dos mais assíduos patrulheiros que poderia haver. Minha mãe, por sua vez, era uma clériga de Corellon Larethian, de nome Myrian Galdharel. Ambos eram freqüentemente requisitados pelo Caercilcarn por seus serviços e obras, e com frequencia me levavam junto para que eu acompanhasse suas rotinas.

Cedo perceberam que a magia natural dos elfos me escapara, e que eu não possuia nenhum dom para qualquer tipo de dom arcano ou divino, e, em minha infância, eu via as obras erguidas em nome de Corellon como apenas pedras. Muitíssimo belas pedras, é verdade, mas pedras apenas, sem a vida e a beleza daquilo que era Corellon. Eram estátuas, não eram Corellon. E durante muito tempo segui assim, e era recluso, mesmo entre as demais crianças élficas. Mas sempre me dera bem com os animais, pois via neles uma essência de vida bela e mágica, pois eles eram parte da natureza, como os elfos. E admirava as árvores e suas cores e aromas e toda a vida que havia nelas. E admirava a cultura élfica, e as danças, e a grande harmonia que havia entre tudo isso e a natureza.

Um dia, ainda criança, me deparei com um ser horrível, bestial, anti-natural e feroz. Eu era ainda uma criança e nada seria capaz de fazer contra ele. E naquele dia eu aprendi, do horro, escárnio e medo, o significado da palvra Yrch, que os humanos aprenderam a chamar de Orc. Mas naquele dia nada pode fazer o Yrch contra mim, pois um patrulheiro logo chegou e deu fim ao horrendo ser. E então eu passei a admirar os patrulheiros por sua função, e me atrevi a sonhar ser um deles um dia.

Certa vez, enquanto caminhava pelas terras élficas, retí-me a brincar com um jovem cão que parecia não haver completado um verão sequer de vida. Aquele ser de vida curta, tão pouco sabia ou saberia do local onde estava e das belezas daquilo que lá havia. O dono do cão se aproximou e o cão rapidamente correu para ele. Ele se agaixou e olhou-me nos olhos, com um olhar tranquilo e sereno, quase paternal. A seguinte conversa se deu:

--Jovem Lenarian, soube que você tem afinidade com todos os tipos de animais, e que é capaz de conhecer três arvores gêmeas depois de tê-las olhado apenas uma vez. O que o atrai tanto à natureza?
Após uma breve reverência àquele que conheci ser um dos membros do Carcilcarn, respondi apenas:

--Vejo na natureza a beleza e a fluidez, a magia de tudo aquilo que é Corellon, e vejo nela Corellon, pois não consigo encontrá-lo nas estátuas de pedra e nos metais e nas obras erguidas a ele.

O senhor, que chamava-se Agis, disse-me uma frase que até hoje ecoa em minha memória:

--Akh'Aegis Phelarandir hond Haereeunmn Mista Nanta Akay'ie Olin Gisiae: "Oacil'Quevan" [Trad: A Casa D'Elfos deve proteger a verdade de tudo aquilo élfico, A verdade do Mais Antigo segredo das matas: "Oacil'Quevan"]. Disse-me que quando descobrisse e entendesse o significado do Pacto de Oacil'Quevan deveria procurá-lo, e que então ele me tomaria como pupilo para me ensinar a arte das matas.

Devorava assíduamente os livros, e todo estudo que poderia ser realizado, procurando descobrir de que se tratava aquele pacto, mas nada encontrava. Não possuia a minima idéia do que significava aquela frase ou de qual era aquele pacto, mas "Oacil'Quevan" vivia em minha mente, assombando-me com o desejo de aprender.

Depois de quase cinco anos na mesma pesquisa, fui procurar Agis, para dizer-lhe que não era digno de treinamento, pois não conseguiria passar mais tempo furtando-me à natureza e aos animais de quem tanto gostava. Também não conseguiria passar mais tempo nos livros, pois eles não eram naturais e eu não conseguia me sentir parte deles.

E então Agis riu e olhou-me fundo nos olhos, dizendo-me aquilo que seria a primeira lição do meu treinamento de Ranger:

--Então você aprendeu o "Oacil'Quevan", pois o pacto diz que "A forma da Unidade e do Tempo se encontram nas matas e nas florestas" E assim somos nós elfos, somos unidade com a natureza, e gozamos do longo tempo entre ela. Nós, Lenarian, somos os hospedeiros do Oacil'Quevan.

E assim, aos meus 60 anos, no fim de minha infância, começaria meu treinamento como Ranger

Continua...


Última edição por andredmcampos em Qua Jun 01, 2011 6:04 pm, editado 1 vez(es)

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Mensagem  Convidad Sáb Mar 05, 2011 12:19 pm

No treinamento de um Ranger, aquilo que não é secreto é óbvio, então não cabe contar aqui tudo aquilo pelo que passei. Mas trinta anos depois de ter inicado o treinamento eu já conhecia todos os animais das matas e já sabia dizer a qual espécie pertencia uma árvore apenas por olhá-la. Pouco vi meus pais depois de ter iniciado o treinamento e quando os via era no Caercilcarn, ao qual meu mestre me levava semanalmente. Eu estudei e entendi a natureza e suas formas sutís, e comecei a aprender sobre os desígnios hierárquicos dos povos. Meu mestre insistia em dizer que eu era mais sábio do que muitos dos elfos de minha idade, pois eu entendia a Verdade de Corellon, de que ele era na natureza, e não nos grandes edifícios erguidos a ele. E Rua'Coronal [Aquele que fala em nome das estrelas] me pedia para falar ao longo de seus discursos, pois minha fala pela natureza era bela e apaixonada. E assim foi meu início de vida como Ranger, ainda um adolescente de 95 anos.

Em dado momento, aos meus 118 anos, Agis me levou com ele para uma missão diplomática em terras humanas. E eu vi a frieza com que eles destruiam as terras e usufruiam dela sem apreciá-la, a maneira com que tratavam animais como escravos, árvores como objetos. Eles eram anti-naturais e arrogantes, e eram orgulhosos e raivosos, como animais que defendem seu próprio território morrendo de fome no processo. Ainda assim Agis se curvava diante deles, os respeitava e tratava com honras. Não pude me furtar a perguntar-lhe por que, e a resposta que obtive novamente veio carregada com a sabedoria de um membro do Caercilcarn:

--Se esperamos que eles nos tratem com respeito e honrarias, devemos tratá-los assim, pois se eles são orgulhosos e por isso formos orgulhosos com eles, estaremos sendo iguais a eles. Somos superiores, por isso devemos demonstrar como podemos portar-nos como inferiores. Se em nossa terra nos desrespeitarem, são inimgios, mas nós os respeitaremos nas terras deles!

Me dava conta, naquele momento, de que todos olhavam para nós, e percebia que, por toda a minha vida, jamais tiver aulas regulares de linguagem Comum, utilizando sempre o élfico. Conseguia me comunicar e entender comum, mas meu comum era precário. Aprendera a língua dos Yrch, pois os estudara à fundo, bem como a língua dos Goblins e o Silvestre das dríades e seres da mata, mas jamais havia saido das terras élficas antes.

E então houve o concílio, no qual alianças foram refirmadas e discussões foram feitas. Aprendi muito mais naquele dia do que em toda a minha vida, pois comecei a entender os humanos de uma maneira diferente. Percebi que eles eram como pequenos animais. Perdidos em sua curta vida, procuravam destruir para tentar se proteger. Não eram seres dignos de raiva, mas de pena. Haviam, entretanto, alguns humanos chamados de Athkaraye, os amigos dos elfos, que eram sábios e compreendiam os princípos dos elfos, e os ajudavam. Estes eram dignos de valor e honra, pois sendo limitados como os humanos, eram capazes de atingir a compreensão e sabedoria dos elfos.

Vagava pelas matas próximas às terras humanas quando me deparei com uma coisa que eu haveria de reconhecer que os humanos fizeram muito bem: Uma criação de cavalos. Animais belos e fortes, robustos como nenhum outros, mas não maltratados, animais que tinham a nobreza e o respeito que os humanos não destinavam nem a si próprios. E um deles se aproximou de mim, e senti como se aquele cavalo fosse um irmão que eu havia perdido há décadas, como se algo subitamente fosse devolvido a mim. Como se uma parte de mim regressasse. Ele era belo e musculoso, e sua pele era negra como a noite. Sua crina era brilhante e lisa, e seus olhos eram como uma imensa sombra. Não uma sombra cruel e maligna, mas uma bela e imponente, que fazia escurecer qualquer luz ao redor. E naquele momento o dono dele apareceu.

--Você parece apreciar animais. Mas este não é um animal qualquer. Ninguém jamais montou este cavalo, e ninguem jamais conseguiu ser admirado por ele. Façamos assim: Se conseguir montá-lo, ele é seu.

Eu jamais havia montado antes, mas sem que pensasse, apenas por instinto e conhecimento de que aquele animal era uma parte de mim, o fiz. E o animal me tratou como um irmão, carregando-me com honraria e respeito, enquanto o dono olhava-nos boquiaberto. E então eu disse um nome, que se tornaria doravante o nome daquele meu irmão das matas: Daoine Dharasha [Trad: O Destino das Estrelas]. E daquela hora em diante, este se tornou meu amigo inseparável.

Quando retornaram à Casa d'Elfos, descobriram que tropas de Yrch começavam a se mobilizar nas proximidades, e que os Arakhon precisavam de um novo membro, experiente no combate aos Yrch. E antes que qualquer outro pudesse se manifestar, Agis me indicou, e recebi o título de Aksanda Tamaraviee, o Junco do Outono. E passei pelo treinamento dos patrulheiros, e aprendi a forjar meus próprios arcos, e aprendi as tarefas dos patrulheiros. E essa vida tenho levado até o presente momento. E cada patrulheiro possui a própria frase de consciência, que serve como uma apresentação, mas também define as normas de vida de seu portador:

"Phelarandir Amin Aflegeet Am"

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Mensagem  Felipe Sáb Mar 05, 2011 12:49 pm

Saúde!!
Felipe
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