Segredo Enterrado - Morë!!

NPC: Sibyl

Os dois correm túnel à frente, não tinha mais do que uns 8m. Mas ao final, encontram algo extremamente valioso. Conforme avançam, Morë sente o corpo arrepiar. Algo ali possuía um poder mágico tremendo.

No fundo, em pé, estava um grande pilar de cristal esbranquiçado. Ele parecia brilhar com luz própria. Fraca para iluminar senão suas bordas. Mas a aura que sentiam era indescritível.
Ao seu redor haviam velas, extintas pelo tempo, algumas completamente consumidas. A base parecia ter sido serrada e colocada sobre uma lona para apoiar a peça em pé, enquanto otopo era naturalmente pontiagudo.
Morë já viu pequenas peças similares de joalheria decorativa em Underark, algumas servindo como moedas nos mercados subterrâneos. Mas nunca tinha visto uma peça tão grande, ainda mais imbuída de propriedades mágicas.

Sibyl cai de joelhos diante dele, parecia tremer inteira.
Ela balbucia apenas: "Faz sentido. Agora TUDO faz sentido."

* apóia a mão no ombro da mulher, estava aturdido com tudo aquilo, percebia ter algo muito poderoso a sua frente, e de fato, o que Sybil dizia, fazia cada vez mais sentido... Algo estava sendo guiado ... *

- Diz...

Ela balbucia, ainda perdida em pensamentos:
- Por isto Gauntlgrym está sendo tão atacada. Por isto, Dáin...

Ela se perde.

Sibyl pula pra trás dando um grito, vendo algo emergir do cristal. Um lobo feito de pura energia, com o que parecia ser um colar preso ao pescoço.
Ele para diante da peça, rosnando furioso.

*falando baixo*

- O que é isso ?

*levanta-se e chega mais perto do cristal e do lobo, tentando compreender o que havia ali*

Sibyl diz:
- Um pedaço de Gauntlgrym. Dáin sabia dele, por isso tomou posse das cavernas sob o forte. Foi isto que ele encontrou, mas isto aqui... é mais velho que a cidade, já estava aqui antes da vila. Mais alguém sabia. Os xamãs, ou...

Ela levanta e diz:
- Nós temos que sair daqui. Temos que SUMIR daqui. Se mais alguém souber deste pedaço de Nodo, é capaz da própria Lolth vir pegá-lo. Isto é antigo demais, PODEROSO demais pra ser deixado...

Ela para e bate na própria testa, dizendo:
- Droga, Olori, você não devia ter resolvido o enigma. Agora estamos BEM encrencados.

O lobo-espectro começa a uivar, um som fantasmagórico que faz tremer todo o túnel.
Logo, mais uivos vinham em resposta, e você vê um bando de lobos vindo da direção oposta à entrada, guiados por um grande lobo branco.

O destino é inexorável...


Se quiser ir... ficarei aqui.

* o druida apenas ve a matilha achegando, e olha com admiração para o animal *

O lobo espectral já estava diante de Morë num piscar de olhos, podia sentir uma aura de poder indescritível emanar da criatura.
O lobo-espectro fala na língua drow, sua voz era assustadora:
- Urztehii, e só por sê-lo é que não o mato aqui e agora. A queda do portal deixa desprotegido o que vive muito antes de você. Desta casa. Deste TEMPLO. Gerações que guardaram este tesouro foram desmerecidas pela intromissão de UM. Agora SUA é a obrigação sagrada de proteger este segredo. E guardá-lo do alcance da Rainha-aranha e seus comensais. Os Espíritos deste lugar vão segui-lo. Vão vigia-lo. E se falhar, vão MATÁ-LO, você e toda sua linhagem.

* O drow rosna para o lobo, olhando-o nos olhos*

- Os espíritos deste templo, não irão ousar em ligar-me Aquela, todos tem visto as trilhas que venho desbravando para mostrar que a teia está se rompendo e ela não tem mais poder sobre mim e os meus. E se aqui estou, algo me trouxe aqui com uma missão, proteger é minha honra a partir de agora, mas para isso preciso conhecer de fato o que estou guardando e tudo que isso significa. É me dada esta chance ?

Ainda rosnando, prestes a atacar, o lobo-espectro diz:
- Teu berço vem das Teias. Seu caminho traça a linha das TEIAS. Para livrar-se da Rainha-Aranha, uma ARANHA deve se tornar. Confrontá-la... e VENCER. Este é o seu destino. Então não jure sobre algo que não cumprirá. Ou morrerá. Hoje!! AGORA!! Ela vive em você. Ela vive ATRAVÉS de você.

Morë sente o peito queimar como ferro em brasa, algo lutava para consumir-lhe a pele... a carne... os OSSOS...

* o druida dá um passo pra frente e rosna mais alto, o medo não fazia o drow recuar, aprendera que esta emoção se bem usada poderia ser propulsora de muito mais, o medo poderia ser uma presa poderosa, restava lidar com cuidado para não ingerir seu veneno. *

Então o meu destino diz o que irei me tornar!  Você não irá me matar , hoje ou depois, e Ela, vai perecer. Eu não estaria aqui hoje, se não fosse para ser assim Lobo, se não fosse para eu tornar-me também um. As formas são maleáveis, os corpos e cascas modificam-se mediante aos sopros do destino, mas olhe para mim e leia, eu sou de uma matilha e não uma viúva-negra!

O lobo-espectro sorri, e diz:
- Até porque, se fosse uma VIÚVA, eu teria de chamá-lo de MULHER.

O peito de Morë queimava, a camisa parecia marcada por uma mancha negra.

Sibyl diz, percebendo a aproximação dos outros lobos:
- Não quero apressá-lo, ma se vai fazer algo, faça LOGO.

O Lobo-espectro diz:
- Escolheste o caminho do CAÇADOR, quando tua alma foi dedicada à RAINHA. A Marca está em seu peito. ELA o chama do ABISMO. Teu espírito pode estar liberto, mas tua ALMA anseia voltar para casa. Só existe UMA forma de se libertar desta AMARRA. Pois enquanto tua ALMA estiver nas mãos d´ELA, JAMAIS conhecerá o caminho da LIBERDADE.

O lobo-espectro avança, e Morë, sem perceber, recua um passo.
O monstro diz:
- Tua ÚNICA salvação é trilhar os passos de teus ANTEPASSADOS. Terminar o que foi COMEÇADO, e IGUALÁ-LA em poder e influência. Pra não ser uma CAVERNA, deve tornar-se uma ILHA. Um porto para seus PARES. Deve encontrá-los. Deve LIBERTÁ-LOS.

O lobo-espectro senta, imponente, imitado pelos outros que param de avançar.
Ele diz, com sua voz cavernosa e gutural:
- Tua alma está manchada. Jure proteger o que tirou de proteção. Jure concluir o que tantos começaram. Eu te ofereço teu PASSADO, como única forma de desvendar o seu FUTURO. Daqui pra frente, ela vai cobiçar o que encontraram nesta caverna. Ela vai CAÇÁ-LOS, pelo simples fato de vocês a terem, e ELA não. Vocês NÃO podem mover o que não conseguem carregar, ou devolver o cristal ao seu BERÇO. E até que consigam fazê-lo, o NODO estará quebrado e corrompido, um imã às ARANHAS e sua influência nestas terras. A ÚNICA forma de encerrar a Guerra é tornar o Nodo UNO novamente, e adormecer seu PULSO. E a ÚNICA forma de OLORI ser livre é trilhar o caminho do aprisionamento. POR INTEIRO. É enfrentar a RAINHA... e VENCER.

Uma onda de energia irrompe do cristal, mergulhando a caverna numa profunda e nefasta Escuridão.
Antes da visão deixá-los por completo, o Lobo-espectro diz:
- Seu tempo acabou. ELA está aqui. ESCOLHA o caminho, DROW. Ou falhe com sua FAMÍLIA.

Tudo desaparece.
Nada mais restava senão a mais profunda, densa, e assustadora Escuridão.

Sibyl grita.

*da um sorriso, em provocação a brincadeira sem graça do lobo, mas logo ouve atentamente tudo que o lobo diz... era algo que não mudaria apenas sua própria vida, mas de TODOS que estavam ao seu redor e também daqueles que pudessem querer estar longe de Lolth ! Escolheu esse peso antes mesmo de entender isso. Mas como fazer isso, era um aprendizado que seria galgado no passar das primaveras.

Aquiesce. *

- Assim será.

*quando tudo se desfaz e o grito de Sybil irrompe a escuridão, ele vira-se para ela, buscando o que a afligia e mão busca o cabo da adaga drow*

Morë busca na escuridão pela mão de Sibyl, mas sente algo fino tocar-lhe o pescoço. O fio afiado de uma faca.
A voz do Caçador diz, em sua língua:
- A Liberdade é uma escolha vetada aos Urztehii. E ainda assim você insulta sua herança ao escolhê-la. Se ao menos conhecesse sua herança.

Morë sente um tranco violento no peito, sento atirado contra a parede. Desorientando suas sensações. Aquela Escuridão não era normal. Não era a "simples" escuridão que emanava do negro coração de sua raça. Era muito mais intensa, quase "sólida".

* o druida rola para o lado, e percebe-se de volta com o maldito caçador uma vez mais. *


- E você por acaso tem alguma escolha, marionete ?

* sacando a adaga o druida, tenta usar seus outros sentidos para orientar-se*

- Não desta vez...

Morë sente um corte frio no braço, uma sensação de ardência terrível.

- Eu não busco ouro ou prestígio. Apenas o prazer da caça. E você tornou-se uma presa interessante. Você tira algo meu, e eu tiro algo seu. É assim que vamos jogar?

Morë ouve outra vez o grito de Sibyl, agora mais distante do que antes.

* uma rajada de ar irrompe de algum lugar, e globos de luz começam a aparecer no ambiente, buscando ir de encontro ao rosto do caçador, buscando desnorteá-lo e os outros, partem em busca de Sybil*

_ Existem presas bem mais interessantes que eu marionete, presas que eu irei caçar com muito carinho. Cabe a você, então caçador, escolher se quer terminar esta brincadeira agora, ou estar junto a algo maior!

- Dragão! Worg!!! Pulem ! Pulem!

Nada além de faíscas. Os Globos de Luz não pareciam fortes o bastante para irromper aquela intensa escuridão.
Podia ouvir o som desesperado dos animais buscando uma forma de descer pelo fosso. Podia ouvir "passos" na escala, até que ela se quebra, e urros se tornam ganidos.

- Hahahahahaha!! Nem comandante, nem Presa. Não hoje, Urztehii. Pela segunda vez eu vim atrás de um alvo e encontrei diversão maior.

Passos lentos e provocadores se afastavam, Morë tenta segui-los, batendo contra a parede.
Aquela Escuridão intensa era sinistra, ela afetava seus sentidos como a Escuridão "comum" não parecia capaz.

- Nós não somos reles. Não somos "comuns". Se me chamar de marionete, terei de chamá-lo de FANTOCHE. Pois ao menos minhas cordas podem ceder. Mas você sempre dependerá de uma mão firme para guiá-lo... COMANDÁ-LO!!

Morë tenta seguir o som, mas como água, algo invade-lhe os ouvidos. A sensação era sufocante. Não conhecia aquele poder, aquele tipo de "Escuridão".

- Nenhum de nós quer este segredo revelado. Então vamos mantê-lo entre nós. Em Gauntlgrym começou, ali há de terminar. Vou esperá-lo ansioso, Urztehii. Eu... e esta belezinha aqui.
Sibyl: TIRA AS PATAS DE MIM SEU...

PAF!!

Um silêncio incômodo se abate na caverna. As fracas faíscas de seus Globos de Luz vacilavam à sua volta.

Então, a claridade do cristal vai, aos poucos, voltando.
Morë estava bem no meio do túnel, e encontra Dragão caído entre pedaços da escada que se partiram à sua descida desajeitada. Farpas afiadas enterradas em seu lombo. O animal estava sangrando.
Do alto, o Worg assistia sem conseguir descer.
Ainda sentado à frente do cristal estava o Lobo-espectro, observando passivo tudo que acontecia.

-As mãos por aqui, servem como alianças, ajuda, e não chicote, mas parece não conhecer este significado.

*qdo tudo some a primeira coisa que faz é olhar para o worg e quase pedi-lo para seguir o rastro do caçador por fora da casa, mas era colocá-lo em perigo e isso não podia acontecer.

* Morë sente-se tentado a seguir o caçador ele mesmo, a saída dali parecia ser óbvia, mas precisara cuidar do lobo, Sybil teria que esperar, ela saberia como lidar com a marionete, não era sua vontade deixá-la ir, mas a drow era mais capaz de lidar com aquelas situações que o proprio druida. Era um preço a escolher, ele o encontraria cedo ou tarde e a Sybil, com o coração apertado, chega perto de Dragão e conjura-lhe curar ferimentos mínimos, retirando com cuidado as farpas*

- Como ele entrou aqui ?

* o druida não olha para o lobo espectral, mas a pergunta óbviamente era direcionada a ele. *

- Como um bom Mago, ele tem suas defesas contra mim. Desde que não se aproxime do cristal, eu não posso atacá-lo. O alvo dele era você, todo o tempo. Sua mulher não vive sob meu Signo, então não posso protegê-la, como a você. Você escolheu seu caminho, e agora deve seguir sob o peso de suas escolhas. Mas mais uma vez, agora que desvelou o manto que cobria este lugar e o protegia de detecções externas, é questão de tempo até que outros conjuradores o encontrem. Agora é SUA obrigação defender este cristal, ou devolvê-lo à sua origem, sob os pés do Sobrevivente.

A forma do Lobo-espectro se distorce, como se algo o afetasse.

* tendo cuidado de dragão ele volta ao Lobo*

- Protegerei com meu sangue Lobo, mas como ? Hoje Não tenho poder o suficiente para ser escudo a eles, viste ! Diga-me como! E para onde levá-lo!? E qual sobrevivente ?!

Afetado por alguma magia externa, a forma sólida do lobo se desfaz numa fina névoa.
Mas antes de sumir, a voz continua:
- Dáin sabeá o que fazer. Procure-o... e a Gutz...

A forma cresce, assumindo um aspecto humanóide. Ainda espectral, novamente a única coisa sólida era o colar.
Um homem robusto de meia idade vestia uma armadura coberta por cravos.



Ele diz, numa voz fria, quase sussurrada:
- Como chegou até aqui?

* Mais um nome estranho... Gutz... quem é esse?*

" mas que..."

- Atendendo um chamado.

Andando em sua direção, a voz fria continua, e desta vez, vem acompanhada de um frio intenso, uma aura macabra... um morto-vivo:
- Eu certamente não o chamei á MINHA casa. Apenas meus LOBOS podem romper minha barreira, e se aqui está e não é um dos MEUS... então é um maldito DROW.

Dragão se levanta, reagia acuado, como os animais reagem à aura maléfica de certos mortos-vivos. Queria proteger, mas queria fugir. O animal parecia em conflito.
No andar de cima, o worg estava inquieto. Andava de um lado pro outro, ensaiava descer, mas sem degraus ele recuava. Uiva frenético e assustado. Depois diz:
- Os LOBOS. CHAME um deles. Ou esta coisa vai te MATAR!!

*  o drow-druida ajoelha-se ao lado de dragão, e acaricia-lhe o focinho com atenção, sem afastar-se e demonstrar medo.*

- Acalma-te meu amigo... acalma-te.*falando ao enorme logo, como se fosse uma criança assustada* A tua barreira, se foi aquele enigma... Eu o desvendei, um drow sim, mas apenas a buscar liberdade para fora das teias, somente um assim poderia desvendar o teu jogo. Meus lobos estão aqui,  e agora a nossa causa, homem, é cuidar deste cristal e devolvê-lo a sua origem.

* Respira fundo e continua a dizer*

- O lobo branco não me atacou, então como achas que ainda estou aqui ? Essa caverna, banhada em magia, morada de seres espectrais, é testemunha da minha escolha contra A aranha. Pergunte aos seus !

* o druida levanta-se vagarosamente, demonstrando a falta de vontade em ser ofensa a ele, abre os braços em sinal de paz *