Escolha seus inimigos com cuidado.

Com passos determinados, entra na caverna, vendo o Nicolay está se preparando para dormir, procura seu alvo, indo até a criatura que lhe causa repulsa, fala baixo:

-Precisamos conversar.

Apontando com a cabeça, em direção a entrada da caverna.

O orc responde com um sorriso sarcástico:
- Mostre o caminho, boneca.

Trincando os dentes de raiva, vai até a entrada da caverna, somente um tantinho longe do anão roncador.
Se algo desse errado, era só gritar inimigo e sair da frente dele.

-Vou ser direta com você, nada de gracejos ou de me tocar, senão frito suas bolas, agora escute.
Preciso chegar até aquele Xamã, e você vai me ajudar nisso.

Maera o encara, ele podia notar pelo olhar dela, que não estava de brincadeira.

- Um beijo bem dado e te ponho na frente dele esta noite ainda, docinho. E não se preocupe. Não vou forçá-la a nada. Vou esperar você pedir.

Maera fecha as mãos, caso contrário, iria arrancar os olhos daquele ser.
contendo uma bufada, fala:

-Espere o inferno gelar, é quando vou te pedir um beijo.
Aquele Xamã tem algo que desejo, só preciso chegar perto o suficiente pra pegar de volta.
Só não posso fazer isso sozinha, vou precisar de ajuda.
Sua ajuda, então escolha outro pagamento.

Na mesma hora, e sem pensar, ele aponta e responde:
- Sua máscara. Deve valer alguma coisa.

Maera perde a fala, SUA MASCARA??? Realmente aquele orc é louco, qual seria o próximo pedido? Filhos e uma casinha com cerca branca?
Abrindo e fechando a boca, muda um pouco sua tática, abranda o tom de voz:

-Eu realmente preciso do que ele me tirou, me ajude, não posso lhe entregar minha máscara, ela é parte do que sou.

Maera olha intensamente para o orc, quase como uma suplica.

Off: Olhinhos de gato de botas mode on

- Um beijo em meus lábios ou a máscara em minha bolsa. Pode escolher.

Vendo que um preço teria que ser pago, escolher entre o beijo ou sua máscara, Maera escolhe a terceira opção.

-Seu preço é justo, mas infelizmente não posso pagar nenhum deles, a máscara é o que me representa perante aos outros e a mim mesma, já esse beijo, eu guardo para aquele que escolhi, e sem ofensas não é o senhor.
Agradeço a atenção que me dispensou, mais seu preço é alto demais, vou ter que me virar sozinha.
Aceite esse pequeno pagamento pelo seu tempo.

Tirando de sua mochila, entrega um pequeno dente de gato-das-neves, entalhado com runas Rashemi de boa sorte. Está preso em um cordão de couro simples.

-Agora devo seguir com meu caminho.

Ao ouvir o que o orc fala, sorri:
-Somos todos uma simples fantasia, usando máscaras e artifícios? Isso nada muda o que somos no final, sombras e pó.

Virando as costas, volta para dentro da caverna, com os ombros caídos, se sentia impotente diante da trama que se desenrolava a sua volta, peão ou rainha, não importava, era só mais uma peça naquele jogo.

Deita-se ao lado de Nicolay, usando sua mochila de travesseiro, com o rosto virado para a parede, cai em um pranto  suave,misto de frustração e desespero.

O orc recebe o dente com um sorriso, mas antes q se afaste, ele diz:
- É uma pena saber que uma hathran não é mais que uma máscara. Uma simples fantasia. Vou carregar esta lição pela vida, quando voltar ao lar dos meus ancestrais.

Ele senta e fica ali, encarando a fogueira.